Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial após ser parada em blitz

Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial após ser parada em blitz Uma mulher de 48 anos denunciou que foi estuprada por um agente do B...

Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial após ser parada em blitz
Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial após ser parada em blitz (Foto: Reprodução)

Mulher denuncia que foi estuprada por PM dentro de posto policial após ser parada em blitz Uma mulher de 48 anos denunciou que foi estuprada por um agente do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, na noite da sexta-feira (10). De acordo com a vítima, o crime aconteceu dentro de um posto policial rodoviário na PE-60 (veja vídeo acima). Ao g1, a mulher, que pediu para não ser identificada, contou que estava de carro indo em direção à Praia de Gaibu quando passou em frente ao posto policial, onde havia três agentes de trânsito do BPRv parando os veículos que chegavam. Procurada, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que abriu um processo disciplinar para apurar a conduta dos policiais (veja resposta abaixo). ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE A vítima contou que, na abordagem, um dos agentes disse que tinha identificado alguns débitos vinculados ao veículo e pediu que ela descesse do carro. Ela disse que tinha comprado o carro havia pouco tempo e chegou a ligar para o vendedor para esclarecer a situação, que disse que resolveria o débito na segunda-feira. "O policial viu que o documento do carro estava atrasado, verificou, mandou descer do carro, me direcionou para dentro do posto", afirmou. Depois disso, de acordo com a mulher, o homem a conduziu até um dormitório, onde havia duas beliches, e apagou a luz. Toda ação, segundo a vítima, durou aproximadamente 20 minutos. "Ele disse aos outros dois policiais, que estava um pouco afastados: 'ela vai ali beber água'. Acredito que seja um código entre eles, não sei. [...] Entrou no quarto, ele tentou fazer a penetração diversas vezes, de frente, de costas. Eu fechava as pernas, ele levantava o vestido. E ele me beijando no pescoço. Aí baixou minha cabeça e fez o ato na minha boca", relatou. A vítima contou que teve medo de que o policial chamasse os outros agentes para praticar o estupro. Ela contou ainda que, depois do crime, o agressor entregou uma toalha para que ela se limpasse, e que mandou que ela tomasse dois copos de água para esconder os vestígios do abuso. "Na saída do quarto, ele disse: 'pegue água para tirar a gala da boca'. Saí de lá de dentro, nem olhei para trás", contou. Depois, ele anotou o telefone da mulher e a liberou. Fora do posto policial, os outros dois PMs seguiam no local e, por isso, ela não soube dizer se eles tiveram ciência do abuso e preferiu não denunciar o caso aos dois agentes, pois teve medo — sentimento que a acompanha mesmo depois da violência que sofreu. "[Tenho] medo de represália. Eles sabem onde eu trabalho, minha profissão. [...] Ele estava muito confortável com o que fez comigo. Não ficou com pressa nem nada. Fiquei uns 20 minutos naquele quarto. Não sei se é uma prática deles, não sei", disse a vítima. Batalhão de Polícia Rodoviária na PE-60, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife Reprodução/Google Street View Violência institucional, diz advogada No dia seguinte, a mulher trabalhou até as 19h, e foi à Delegacia da Mulher do Cabo de Santo Agostinho, onde denunciou o caso. Lá, foram mostradas fotos à vítima, que reconheceu o policial abusador. A vítima também fez uma denúncia na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social. "Estava muito assustada, não observei o nome dele na roupa. Sei as características dele: é um homem, branco, cabelo grisalho, mais alto do que eu. [...] Entraram em contato com a Corregedoria pedindo quem eram os plantonistas daquela noite. Eles mandaram, mostraram algumas fotos, consegui identificá-lo. Fiz o boletim e recolheram a roupa que eu usava também", afirmou. Nesta segunda-feira (13), a advogada Maria Júlia Leonel, que representa a vítima, esteve com ela na Secretaria Estadual de Pernambuco, no Bairro do Recife. Ela disse que, além do policial que praticou o estupro, os outros PMs que estavam no plantão com ele devem ser investigados. "Ao que parece, foi uma operação conjunta, pelo próprio 'código' que foi utilizado, por ela ter passado muito tempo dentro de um quarto, sem nenhum tipo de intervenção. Esse não é o protocolo comum, e os policiais sabem. Isso precisa ser apurado para a gente saber. A gente está falando de um policial que estuprou e [precisa saber] se os outros policiais também devem ser acusados pelo mesmo crime por serem coniventes com a situação", afirmou. A advogada disse, ainda, que procurou a Secretaria da Mulher para pedir um acompanhamento institucional do caso. "Estamos falando de um policial em serviço, que estuprou uma mulher no local de serviço. O estupro aconteceu dentro de um posto policial. É preciso que o estado de Pernambuco se manifeste, se prontifique. Porque a gente está falando de um caso que vai além da violência contra a mulher. A gente está falando de uma violência institucional contra a mulher", declarou. O que diz o governo Procurada, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que "lamenta o grave fato" envolvendo a denúncia registrada no sábado (11) pela 14ª Delegacia da Mulher, no Cabo de Santo Agostinho e disse que "não compactua com qualquer tipo de violência, especialmente contra mulheres". A SDS afirmou, ainda, que repudia veementemente condutas que violem os direitos humanos e os princípios que regem a atividade policial. A instituição também informou que instaurou uma investigação preliminar na Corregedoria Geral para apurar a conduta dos policiais de forma paralela às investigações da Polícia Civil. "Todas as medidas cabíveis serão adotadas com o devido rigor, assegurando a responsabilização, caso as denúncias sejam confirmadas", afirmou o órgão na nota. Já a Secretaria da Mulher informou, também por nota, que: acolheu a vítima assim que tomou conhecimento do caso e entrou em contato com a Delegacia da Mulher do Cabo de Santo Agostinho e com a gestora do Departamento de Polícia da Mulher (DPMul); marcou uma reunião para ouvir o relato da vítimas e adotar os encaminhamentos necessários à garantia dos direitos dela e à continuidade da assistência; depois da reunião, a secretária executiva de Políticas Públicas para as Mulheres, Walkíria Alves, procurou a Secretaria da Mulher do Cabo e solicitou que a pasta passasse a acompanhar o caso "com atenção especial"; fez um agendamento para um primeiro atendimento para assegurar assistência por meio de uma equipe multidisciplinar; "todos os procedimentos legais foram realizados com agilidade, acolhimento e total respeito à vítima"; a própria secretária da Mulher, Juliana Gouveia, ligou pessoalmente para a corregedoria da Polícia Militar, que falou diretamente com a vítima, reforçando que todos os encaminhamentos necessários foram tomados; segue acompanhando o caso e permanece à disposição para oferecer todo o suporte necessário. ⤵️Veja, abaixo, como pedir ajuda em casos de violência contra a mulher: Violência contra mulher: como pedir ajuda VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

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