Bebê de um ano morre com pulmões perfurados horas depois de passar por procedimento em hospital

O menino João Miguel Alves da Silva, que morreu após ser atendido em hospital do Recife. Acervo pessoal/Reprodução Uma família está denunciando um possív...

Bebê de um ano morre com pulmões perfurados horas depois de passar por procedimento em hospital
Bebê de um ano morre com pulmões perfurados horas depois de passar por procedimento em hospital (Foto: Reprodução)

O menino João Miguel Alves da Silva, que morreu após ser atendido em hospital do Recife. Acervo pessoal/Reprodução Uma família está denunciando um possível erro médico que pode ter resultado na morte do filho, de um ano e dez meses. João Miguel Alves da Silva morreu depois que perfurações nos dois pulmões foram identificados horas após ele passar por um procedimento em um hospital da Unimed, no Recife. A polícia informou que abriu um inquérito que está em fase conclusiva. A Unimed disse que segue rigorosos protocolos técnicos e tem compromisso incondicional com a segurança dos pacientes (veja mais abaixo). ✅ Receba as notícias do g1 PE no WhatsApp O menino deu entrada no Hospital Geral Materno Infantil (HGMI) no dia 6 de janeiro deste ano, após várias crises de vômito. Na unidade de saúde, ele passou por um exame de raio x que identificou uma pneumonia. João Miguel foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a cirurgiã Ila Fernandes realizou um acesso venoso central no garoto. No procedimento, um cateter é colocado em uma veia interna do tórax para facilitar, por exemplo, a administração de medicamentos. O pai do menino, que trabalhava como maqueiro no mesmo hospital, disse ter questionado a médica sobre a realização do procedimento na UTI. De acordo com a família, o protocolo correto seria fazer o acesso no bloco cirúrgico. Mas a cirurgiã teria informado que a UTI era equipada para realizar o procedimento. O Hospital Geral Materno Infantil (HGMI) da Unimed no Recife. Reprodução/Google Street View A avó foi a primeira pessoa da família a ver o menino depois da colocação do cateter e disse que ele estava com muita dificuldade para respirar. De acordo com a família, outra médica que estava de plantão no hospital afirmou que ele precisaria ser entubado e que iriam investigar o que estava causando a dificuldade respiratória. Seis horas depois do primeiro procedimento, a médica plantonista procurou a família e disse que os dois pulmões de João Miguel estavam perfurados e havia sido identificado um pneumotórax. O pneumotórax é um acúmulo de ar dentro da cavidade torácica, que pode pressionar os pulmões. Segundo o relato da mãe, Thais Paulino da Silva, a profissional explicou que, durante a colocação do acesso, há o risco de perfurar um dos pulmões. Mas teria dito não entender porque os dois pulmões estavam perfurados, já que o tubo é colocado de um lado só do tórax. A família foi informada, então, que João Miguel precisaria passar por uma cirurgia para drenar o ar do tórax. A médica Ila Fernandes fez o procedimento. Thais conta que ela chamou a família ao final e disse que a intervenção tinha sido bem sucedida. João Miguel foi levado de volta para a UTI. De acordo com o relato da família, antes de chegar no leito, os profissionais de saúde começaram a fazer uma massagem cardíaca no menino. Thais diz que, ao ver a cena, passou mal e foi retirada do local. Na madrugada do dia 7 de janeiro, foi informada pelas duas médicas que atenderam o menino de que João Miguel havia morrido. "Era o meu primeiro e único filho. O que aconteceu destruiu a minha família. Estou vivendo à base de remédios", afirmou a mãe do menino. O advogado Ricardo Rodrigues, que representa a família, disse ter registrado um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e também ter pedido a abertura de uma sindicância ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe). O pai do garoto pediu para ser desligado do hospital. "Ele se sentiu traindo o nosso filho", disse Thais. O que diz a Unimed? Em nota, a Unimed Recife afirmou que: lamenta profundamente a morte do menino e se solidariza com a dor da família da criança; toda a assistência foi prestada ao paciente; reforça seu compromisso com a qualidade e segurança dos pacientes; segue rigorosos protocolos técnicos, com respaldo científico; e está à disposição das autoridades competentes para fornecer as informações que sejam necessárias. O que diz a polícia? A Polícia Civil informou que o inquérito policial instaurado para apurar o episódio se encontra em fase conclusiva. Disse também que mais informações serão repassados após a conclusão das investigações. O que diz a médica? O g1 pediu à Unimed o contato da médica Ila Fernandes ou do advogado que a representa para ouvir a versão dela dos fatos narrados pela família, mas não teve retorno. Saiba como entender a diferença entre homicídio culposo e homicídio doloso ⤵️ Quais as diferenças entre o homicídio culposo e doloso? VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

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